Você já deve ter visto carros com placas pretas andando pelas ruas da sua cidade. No entanto, ostentar uma delas é algo quase exclusivo, já que, por exemplo, apenas 0,1% da frota paulista pode desfilar com a raridade. Segundo dados do Departamento de Trânsito do Estado de São Paulo (Detran-SP), dos 32 milhões de veículos distribuídos pelos 645 municípios da unidade federativa, somente 53.037 garantiram o título de colecionável.
No entanto, não basta ser um “trintão” para ter direito à placa preta. É preciso que o possante tenha valor histórico, ou seja, carros, caminhões, caminhonetes e motos devem atender às normas da resolução do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) 957, de 17 de maio de 2022.
Para começar, o candidato a item de colecionador precisa ter suas características originais preservadas, ou seja, não é qualquer veículo com 30 anos ou mais que pode conquistar uma placa preta para chamar de sua.
É necessário manter mecânica, carroceria, suspensão e aparências, além de características de emissão de gases poluentes, ruído e demais itens condizentes com a tecnologia e cultura empregadas à época de sua fabricação.
Mas algumas modificações não impossibilitam requerer o benefício, desde que o valor histórico próprio seja mantido e os procedimentos estabelecidos pela Senatran (Secretaria Nacional de Trânsito), obedecidos. Entre eles apresentar o Certificado de Veículo de Coleção (CVCOL) expedido por entidade credenciada pela Senatran, ter também o Certificado de Segurança Veicular (CSV) expedido por Instituição Técnica Licenciada (ITL), além de estar em condições para circular em via pública.
Para além de desfilar com um item de colecionador, há outro motivo para buscar o benefício, já que a placa preta garante a valorização desse bem e, se um dia o colecionador precisar se desfazer do veículo, seu valor de revenda é bem superior a um modelo do mesmo ano, que não tenha o status de item colecionável. Para obter essa “consagração”, é preciso investimento. Isso porque há necessidade de fazer parte de um clube de colecionador e receber o laudo de autenticidade dele e existem taxas para isso, além de pagar pela placa.
Confira as regras
Agora, entenda como solicitar a placa preta ao Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo, se a sua máquina original ou modificada já tiver idade suficiente para isso:
1 – Para veículos em processo de transferência:
Não há necessidade em momento algum de ir ao Detran-SP presencialmente. No entanto, tanto para tirar alguma dúvida, quanto para fazer os pedidos necessários, basta entrar em contato pelo link.
- Filie-se a um clube de automóveis antigos que tenha credenciamento pela Secretaria Nacional de Trânsito.
- Um avaliador do clube fará uma espécie de vistoria do veículo: autenticidade das peças, conservação, mecânica, elétrica, visual interno e externo. O clube vai emitir o Certificado de Veículo de Coleção (CVCOL).
- Caso o veículo tenha algum tipo de modificação, além da vistoria dos elementos acima, é necessário apresentar o Certificado de Segurança Veicular também, que é expedido por Instituição Técnica Licenciada (ITL).
- No processo de transferência do veículo antigo comprado deve constar a informação de que ele receberá alteração para coleção.
- Atendidas as exigências, deve-se solicitar ao Detran-SP a alteração da espécie para coleção no link.
- Realizadas as alterações pretendidas, deverá ocorrer a emissão do CRV.
- Essa documentação deve ser apresentada na empresa emplacadora credenciada ao Detran-SP, quando solicitar a placa de colecionador. Para ver a lista das emplacadoras, acesse o link.
2 – Para o veículo que não terá a propriedade transferida, apenas a alteração da espécie para coleção:
Não há necessidade em momento algum de ir ao Detran-SP presencialmente. No entanto, se tiver alguma dúvida e para fazer os pedidos necessários, basta entrar em contato pelo link.
- Filie-se a um clube de automóveis antigos que tenha credenciamento pela Secretaria Nacional de Trânsito.
- Um avaliador do clube fará uma espécie de vistoria do veículo: autenticidade das peças, conservação, mecânica, elétrica, visual interno e externo. O clube vai emitir o Certificado de Veículo de Coleção (CVCOL).
- Caso o veículo tenha algum tipo de modificação, além da vistoria dos elementos citados acima, é necessário apresentar o Certificado de Segurança Veicular (CSV) também. Ele é expedido por Instituição Técnica Licenciada (ITL).
- Atendidas as exigências, deve-se solicitar ao Detran-SP a alteração da espécie para coleção no link.
- Realizadas as alterações pretendidas, deverá ocorrer a emissão do CRV.
- Quando agendar com a empresa emplacadora credenciada junto ao Detran-SP para obter a placa de colecionável, é necessário apresentar junto com a documentação referente à segunda via do Certificado de Registro do Veículo (CRV), constante do portal do Detran, o Certificado de Veículo de Coleção (CVCOL). E, para os modificados, o Certificado de Segurança Veicular (CSV).
- No processo de segunda via, deverá constar a informação de que o veículo terá a espécie alterada para “coleção”.
3 – Para transferências de veículo que já possuem a espécie coleção:
Não há necessidade em momento algum de ir ao Detran-SP presencialmente. No entanto, se tiver alguma dúvida e para fazer os pedidos necessários, basta entrar em contato pelo link.
- Filie-se a um clube de automóveis antigos que tenha credenciamento pela Secretaria Nacional de Trânsito.
- Em caso de transferência de propriedade de veículo que já é de coleção, deve-se apresentar, junto aos demais documentos constantes do portal do DETRAN, novo Certificado de Veículo de Coleção (CVCOL). Deve-se expedi-lo em nome do novo proprietário.
Curiosidades
Agora, você sabia que o modelo de automóvel que mais possui o certificado de colecionável no Estado é o Fusca? O xodó do brasileiro, ao longo das décadas, nas suas mais diversas versões, contabiliza mais de 10 mil placas pretas. A Brasília, imortalizada em música dos saudosos Mamonas Assassinas, também faz parte da lista dos que mais possuem reconhecimento como item colecionável. Na sequência estão o Opala Diplomata, Opala Comodoro, Galaxie Landau, Variant e Puma GTS.
Por outro lado, existem alguns super exclusivos. Ou seja, uma única unidade, pelas ruas do Estado de São Paulo, como Dion Bouton de 121 anos, um Renault (sem modelo definido) de 117 anos, Buick Model 19 conversível com seus 113 anos. E ainda o Dodge Touring conversível de 108 anos, além do Cadillac Type 57 Phaet em seus 105 anos.
É claro que ainda existem alguns centenários nas outras categorias, como um caminhão de bombeiros, o Seagrave Fire Truck de 103 anos. Além de um Ford Model T Pick up de 106 anos e ainda ônibus Fiat (sem modelo definido) de 109 e 111 anos, respectivamente.
Confira aqui o ranking geral dos carros mais colecionáveis.
As informações são do Detran/SP
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